Não se pode desconjuminar ninguém.

16 agosto 2005

Pedrada

vez ou outra eu compro a Revista Trip,
este mês encontrei nela esta pedrada. Entrevista de um cara que entrou na POLI, entrou na Sanfran, não terminou nenhuma, prestou Barro Branco e entrou na ROTA (não mãe, eu não gosto correr riscos!). Entediado com a polícia, foi servir à ONU no Timor Leste e em seu retorno pra polícia decidiu abraçar uma vaga de segurança privada de uma empresa australiana no IRAQUE,
recorto alguns trechos e deixo o link no final pra quem se interessar. Por deficiência tecnológica não consiguirei reproduzir as fotos do cara antes e depois, mas é impressionante!



Luiz Augusto Branco estava no banco de trás de um carro blindado, voltando do aeroporto de Bagdá, quando um clarão pardo tomou toda a sua vista. Um estrondo tão grande que nem barulho fez. O próprio som sumiu. A próxima coisa que sentiu foi a água e a lama de uma poça. Se deu conta de que o veículo que olhava, trafegando lentamente a seu lado na pista da direita, instantes antes, era um carro-bomba. Suas pernas estavam moídas, imersas na lama, o fêmur exposto. Mas nos 20 minutos seguintes, antes de o socorro do exército americano chegar, Branco só queria saber onde diabos estava sua pistola. Tinha que se preparar para um previsível ataque secundário dos insurgentes iraquianos que, sem dúvida, viam em homens como ele inimigos.

Trip: Como foi o dia em que você sofreu o atentado?
Branco: Foi em 16 de abril deste ano. Minha equipe tinha a missão de buscar passageiros que estavam chegando ao aeroporto de Bagdá. Saímos de manhã, aguardamos todos chegarem e, no intervalo entre duas e três horas da tarde, saímos do aeroporto. Eram três carros. Não tenho como me lembrar da formação deles e do tipo de carro, mas eu estava no banco de trás do segundo deles, no que foi alvo do carro-bomba.


Trip: O carro-bomba trafegava do seu lado?
Branco: É. Não havia outros carros próximos. A gente estava passando por ele e notei que o carro se locomovia lentamente na pista da direita.

Trip:Você estava olhando para o motorista? Viu ele detonar a bomba?
Branco: Acredito que tenha sido um segundo observador, talvez alguém em um outro carro, que detonou. Porque o motorista não teve nenhuma reação, não fez nada suspeito. Quando chegamos a uns 10 metros, tudo explodiu.

Trip: E como foi o instante?
Branco: Eu não ouvi a explosão. O estrondo foi tão grande que houve um bloqueio do som. Simplesmente ausência total de barulho. Eu estava de óculos escuros e vi um clarão pardo, meio bege escuro. Essa cor ficou gravada na minha cabeça. Eu estava olhando para o carro e de repente me senti dentro da água. Minhas mãos estavam na lama. Levantei a cabeça e percebi que estava numa poça no meio do canteiro entre as duas pistas. Quando eu me virei para sentar percebi que as minhas pernas estavam bastante fraturadas. Senti a perna fora da posição, o meu fêmur tinha fratura exposta, o osso saía pra fora da calça.

Trip:Você se lembra do momento em que foi jogado para fora do carro?
Branco: O carro era blindado e ficou bastante danificado. Foi atirado uns 20 metros adiante na pista. Mas não sei de que forma eu fui jogado do carro. Não tenho idéia se ele rodou, se capotou ou o quê.

Trip: E o que você fez na hora em que se deu conta?
Branco: A primeira coisa que pensei foi que estava consciente e respirava bem. A poça era meio curta e vi minha perna saindo do outro lado. Os pés meio boiando, a perna meio solta. Aí vi que ainda conseguia mexer os pés. Percebi que as pernas estavam totalmente desalinhadas, mas ainda ligadas. Minha mão esquerda não estava respondendo muito bem. A força da explosão provocou as fraturas e também a onda de calor que me fez queimaduras no rosto e nos braços. Lembro de ter ficado preocupado com a perda de sangue e com medo de perder a consciência dentro da água. Então procurei me arrastar com o cotovelo pra fora da poça. E me recostei.

Trip:E o que fez depois?
Branco: Olhei em volta e procurei minha arma. Nessas horas há o risco de ataques secundários dos insurgentes. Não achei meu fuzil, só a pistola. Então percebi que o meu pessoal, dos outros carros não atingidos, já tinha estabelecido um perímetro de segurança. Só relaxei mesmo quando chegou o exército americano uns 20 minutos depois.

Trip:O que você pensava nesse tempo?
Branco: Pensava no que estava acontecendo lá. Nessa hora a gente acaba fazendo o que estamos treinados, o “ABC”. Isso primeiro, qual o próximo passo.

Trip: Não pensava que poderia morrer ou ficar paralítico?
Branco: É como um assalto. Tem gente que fica fria, se controla, faz pergunta para o assaltante. Tem outros que entram em pânico e tentam lutar. Na nossa atividade temos muito preparo mental, estudamos e treinamos procedimentos justamente para tirar o lado emocional na hora que acontece um acidente. São coisas que estão no subconsciente e o medo acaba ficando em segundo plano.

tenso!!
quem não estiver satisfeito pode entrar pra ler na íntegra!

2 Comments:

At terça-feira, agosto 16, 2005, Blogger Rei Grood said...

É pq ele num fez RI na PUC ... senão tava até hj com uma facu só nas costas !...

O Rapaz precisa é de PSCOIN ...

 
At quinta-feira, agosto 18, 2005, Anonymous Anônimo said...

Desconcordo desse reizinho sem legitimação... se fosse no afaganistão, nada disso teria acontecido!

 

Postar um comentário

<< Home