café no balcão
O crachá colando no balcão informava um nome comum, que podia ser joão, antônio, tanto faz, desempenhava a função de ascensorista. O atendente sorriu conhecendo o freguês de longa data. Sorriu. Deu bom dia. Mas nem chance de perguntar o pedido.
O ascensorista, com algumas dezenas de carnavais nas costas, esperou paciente. Até que chegou sua vez.
-Café e coxinha. (nesta ordem)
O atendente perguntou para confirmar. (apesar de não ser pequeno o grupo de pessoas que topa o mac café-da-manhã descrito acima).
-Isso mesmo (respondeu acanhado)
Vontade atendida o senhor começa a tatear o balcão.
-Tem catchup?
O atendente o ignora mais algum tempo, numa displicência irritante. Depois de três pedidos ele entrega a pimenta.
O senhor olha invocado. Sabe que está sendo engando. A cor é completamente diferente e dá para ver as sementes da pimenta na bisnaga. Não satisfeito ele pinga contrariado três gotas.
Olha a consistência .... dá uma mordida. Começa a rir, não mais do que o atendente que nesta hora rola e engasga atrás do balcão.
-Gosto da pimenta, mas não posso. Aponta pro estômago e faz cara feia. Se a mulher soubesse.... vix! num gosto nem de pensar. Uma santa, tinha prometido pra ela que não passava nem mais perto de pimenta.
Pagou a refeição no balcão mesmo (privilégio dos fregueses mais fiéis). Pagou e deixou umas moedas de gorjeta. Deixou, mas contou antes de deixar.
3 Comments:
João Grunim Antonho,
esses seus cafés da manhã ainda vão prestar contas com vc.
Ah vão.
Café expresso e coxinha. Nada melhor pra começar o dia.
É o desjejum dos deuses atenienses
e tenho dito
Uma coisa não quer calar: o que você pediu pro seu café da manhã?
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